28 de dezembro de 2011

Novena de Natal com as Crianças 2011


Nossa casa deve ser território bíblico, eucarístico e mariano, santuário de Deus. Nossos filhos devem sentir que a oração é algo corriqueiro em nossas vidas, em nossas casas. O Magistério da Igreja nos ensina que “que a família deve ser a igreja doméstica, pois é no seio da família que os pais são para os filhos, pela palavra e pelo exemplo… os primeiros mestres da fé” (Lumen Gentium § 11; Familiares Consortio, § 21). O Papa Bento XVI afirmou recentemente que “se não se aprende a oração em casa, depois será difícil preencher esse vazio”.
Vale a pena criar momentos especiais de oração em família, em especial no Advento e no Natal, época na qual os coraçõezinhos dos pequenos estão especialmente abertos. Que possamos enchê-los com o Cristo e sua Palavra, para que não se preencham com a ambição infantil dos presentes e a sedução do Papai Noel.
Assim sendo, partilho um esquema de como organizamos nossa Novena de Natal com as crianças esse ano, aqui em casa. O texto abaixo é um testemunho e uma proposta, pois percebemos que, quando se trata de crianças pequenas como os nossos filhos, o importante é fazer como for possível. Que essa vivência possa nos inspirar para continuarmos na luta para que nossa casa sirva sempre ao Senhor!

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1º DIA: A Anunciação



Acende-se uma vela natalina ou a vela da Coroa do Advento e todos cantam (A nós descei, Divina Luz, ou Deixa a luz do Céu entrar, ou outra música apropriada).

Sinal da Cruz

Exposição do Tema (Mamãe): Em nosso 1º dia de Novena vamos saber como é que Jesus foi parar na barriguinha da mamãe Dele, Nossa Senhora. Maria estava de boa, aí veio um anjo! Vamos ouvir a Palavra de Deus?

Leitura (de preferência feita por uma criança, aqui em casa a Clara, a mais velha): Lucas 1, 26-38

Catequese do Papai: Explicação espontânea da leitura para entendimento das crianças. Aqui meu marido faz com bastante interação, com perguntas e a participação das crianças. É importante que o esposo e pai tome seu papel de sacerdote do lar e que os filhos percebam no papai a figura do Papai do Céu.

Cântico: Mãezinha do Céu

*Coloca-se somente a imagem de Maria no presépio.

Orações (Todos juntos):  Pai Nosso, Ave Maria, Santo Anjo e Glória

Sinal da Cruz

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Testemunho: Minha experiência de Natal 2011


Para mim a vivência do Natal se inicia mesmo antes do Advento. Umas duas semanas antes do Advento, eu finalizo todas as compras de presentes de Natal. Evito ao máximo a multidão desesperada pelo consumo nos dias de Dezembro nos shoppings e comércios. A Bíblia diz  “foge à ocasião de pecado” (Eclo 17, 21-22) então não posso me dar ao luxo de ficar na frente de batalha das liquidações, saldões, consumo, gastos exacerbados, etc, etc. Procuro ser precavida com relação às ciladas das compras: faço uma lista, um roteiro, compro, volto e fim. E por mais que meu marido não concorde algumas vezes :) , busco sempre fazer o dinheiro render,  na tentativa de ser como a mulher virtuosa de que fala Provérbios 31, 18: “A mulher virtuosa alegra-se com o seu lucro, e sua lâmpada não se apaga durante a noite.” É preciso planejar com antecedência esses gastos de fim de ano para não 'ficar no escuro' no começo do ano seguinte com os gastos com impostos e materiais escolares, por exemplo.   

Nesses presentes procuro sempre incluir pessoas especiais, que colaboraram comigo durante o ano, como por exemplo professoras das crianças, médicos, funcionários ou prestadores de serviço, amigos especiais em geral. Não somos ricos e não há dinheiro para presentear todos, mas sempre dá para, com criatividade e carinho, preparar umas lembrancinhas, cartõezinhos, gestos simbólicos de afeto para pessoas distintas para demonstrar nossa gratidão pelo bem que nos fizeram.

Normalmente planejo a “Ceia” no mês de Novembro, embora deixe para comprar os ingredientes frescos no começo do mês de Dezembro. Nossa Ceia nunca é luxuosa nem copiosa, mas falo mais sobre isso logo abaixo.

Antes do 1º Domingo do Advento, procuro fazer também uma grande faxina, o mais abrangente quanto possível, em oração e na  caridade, nos moldes do Retiro da Boa Morte*. É impressionante a quantidade de objetos, sentimentos, emoções, pecados etc que acumulamos ao longo do ano. Nossa casa precisa ser um santuário! Nossa casa de tijolos e também a casa do nosso coração. É o momento que eu corro na minha paróquia e busco a confissão. É também o momento que eu abro cada gaveta, cada pasta, cada caixa e faço uma grande varredura. Encaminho os itens para doação e que realmente não for reaproveitável, faço o exercício do desapego e mando para o lixo. Eu sinto uma alegria simples e inexplicável quando a casa está arrumada e limpa, tudo no seu devido lugar, nada sobrando ou amontoado... “Como o sol se levantando sobre as montanhas do Senhor, assim é o encanto da mulher em sua casa bem arrumada.” Eclo 26, 21

Enfim, essa parte “material” do Natal, tento ao máximo finalizar antes do Advento, pois os dias do Advento, gosto de ‘gastar’ com outras coisas...

25 de dezembro de 2011

DEUS APARECEU COMO CRIANÇA




Homilia de Bento XVI durante a missa da noite de Natal de 2011

CIDADE DO VATICANO, domingo, 25 de dezembro de 2011 (zenit.org) – Apresentamos a seguir o texto integral da homilia pronunciada no sábado de noite na Basílica Vaticana por Bento XVI durante a Missa da Solenidade do Natal do Senhor 2011.
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Amados irmãos e irmãs!
A leitura que ouvimos, tirada da Carta do Apóstolo São Paulo a Tito, começa solenemente com a palavra «apparuit», que encontramos de novo na leitura da Missa da Aurora: «apparuit – manifestou-se». Esta é uma palavra programática, escolhida pela Igreja para exprimir, resumidamente, a essência do Natal. Antes, os homens tinham falado e criado imagens humanas de Deus, das mais variadas formas; o próprio Deus falara de diversos modos aos homens (cf. Heb 1, 1: leitura da Missa do Dia). Agora, porém, aconteceu algo mais: Ele manifestou-Se, mostrou-Se, saiu da luz inacessível em que habita. Ele, em pessoa, veio para o meio de nós. Na Igreja antiga, esta era a grande alegria do Natal: Deus manifestou-Se. Já não é apenas uma ideia, nem algo que se há-de intuir a partir das palavras. Ele «manifestou-Se». Mas agora perguntamo-nos: Como Se manifestou? Ele verdadeiramente quem é? A este respeito, diz a leitura da Missa da Aurora: «Manifestaram-se a bondade de Deus (…) e o seu amor pelos homens» (Tt 3, 4). Para os homens do tempo pré-cristão – que, vendo os horrores e as contradições do mundo, temiam que o próprio Deus não fosse totalmente bom, mas pudesse, sem dúvida, ser também cruel e arbitrário –, esta era uma verdadeira «epifania», a grande luz que se nos manifestou: Deus é pura bondade. Ainda hoje há pessoas que, não conseguindo reconhecer a Deus na fé, se interrogam se a Força última que segura e sustenta o mundo seja verdadeiramente boa, ou então se o mal não seja tão poderoso e primordial como o bem e a beleza que, por breves instantes luminosos, se nos deparam no nosso cosmos. «Manifestaram-se a bondade de Deus (…) e o seu amor pelos homens»: eis a certeza nova e consoladora que nos é dada no Natal.
Na primeira das três leituras desta Missa de Natal, a liturgia cita um texto tirado do livro do Profeta Isaías, que descreve, de forma ainda mais concreta, a epifania que se verificou no Natal: «Um Menino nasceu para nós, um filho nos foi concedido. Tem o poder sobre os ombros, e dão-lhe o seguinte nome: “Conselheiro admirável! Deus valoroso! Pai para sempre! Príncipe da Paz!” O poder será engrandecido numa paz sem fim» (Is 9, 5-6). Não sabemos se o profeta, ao falar assim, tenha em mente um menino concreto nascido no seu período histórico. Mas isso parece ser impossível. Trata-se do único texto no Antigo Testamento, onde de um menino, de um ser humano, se diz: o seu nome será Deus valoroso, Pai para sempre. Estamos perante uma visão que se estende muito para além daquele momento histórico apontando para algo misterioso, colocado no futuro. Um menino, em toda a sua fragilidade, é Deus valoroso; um menino, em toda a sua indigência e dependência, é Pai para sempre. E isto «numa paz sem fim». Antes, o profeta falara duma espécie de «grande luz» e, a propósito da paz dimanada d’Ele, afirmara que o bastão do opressor, o calçado ruidoso da guerra, toda a veste manchada de sangue seriam lançados ao fogo (cf. Is 9, 1.3-4).
Deus manifestou-Se… como menino. 

23 de dezembro de 2011

O ignorado Natal



Texto de E. Ramon (Fonte: Blog Vocacionados Menores http://migre.me/7gN08) 

Às vésperas de uma das festas mais importantes e solenes da Sagrada Liturgia, o Natal vem sendo ignorado ano após ano.
Dia desses eu ia em um ônibus a um lugar e não pude deixar de ouvir a conversa de duas moças:
- Pois é, menina! Chegou o Natal!
- Ah, eu nem ligo muito pro Natal. Eu gosto mais é do Ano Novo.
- Já eu não ligo pra nenhum e nem outro.
- É mesmo? Ah, eu não dou bola pro Natal porque não tem nada pra fazer neste dia. No ano novo a gente se agita mais.
- É, tem razão...
- Vou descer no próximo ponto. Tchau. Fica com Deus.
- Vai com Ele. Deus abençoe.
Confesso que fiquei intrigado. A primeira coisa que me veio à mente é: como alguém que não dá a mínima para o Natal roga a Deus que abençoe alguém?


22 de dezembro de 2011

O Filho de Deus nasce ainda "hoje"




Bento XVI reflete sobre o mistério do Natal durante a Audiência Geral desta quarta-feira
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 21 de dezembro de 2011(ZENIT.org) - Apresentamos as palavras pronunciadas pelo Santo Padre Bento XVI aos fiéis e peregrinos presentes na Aula Paulo VI, durante a Audiência Geral nesta manhã. No final da Catequese em italiano o Papa pronunciou um resumo da mesma em diversas línguas e saudou os presentes.

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Queridos irmãos e irmãs,

Tenho o prazer de recebê-los nessa Audiência Geral  a poucos dias da celebração do Natal do Senhor. A saudação frequente na boca de todos nesses dias é “Feliz Natal! Boas festas natalícias!”. Façamos isso de modo que, mesmo na sociedade de hoje, a troca de saudações não perca seu profundo significado religioso, e a festa não seja absorvida pelos aspectos exteriores, que essas toquem as cordas do coração. Certamente, os sinais externos são bonitos e importantes, desde que não nos afastem, mas ajudem-nos a viver o Natal no seu sentido verdadeiro, sagrado e cristão, de modo que também nossa alegria não seja superficial, mas profunda.

Com a liturgia do Natal, a Igreja apresenta-nos o grande mistério da Encarnação. O Natal, de fato, não é simplesmente o aniversário do nascimento de Jesus, é isso também, e é mais do que isso, é a celebração de um Mistério que marcou e continua a marcar a história do homem - Deus veio habitar em meio a nós (cf. Jo 1,14), tornou-se um de nós;  um mistério que afeta a nossa fé e a nossa existência, um Mistério que vivemos concretamente nas celebrações litúrgicas, sobretudo na Santa Missa. 

Qualquer um poderia se questionar: como poderia viver agora, este evento que aconteceu há tanto tempo? Como posso participar ativamente no nascimento do Filho de Deus que aconteceu há mais de mil anos atrás? Na Santa Missa de Natal, repetiremos no salmo responsorial: “Hoje nasceu para nós o Salvador”. Esse advérbio de tempo “hoje”, usado repetidamente em todas as celebrações de Natal, se refere ao evento do nascimento de Jesus e a salvação que a Encarnação do Filho de Deus traz. 

20 de dezembro de 2011

O Menino, o rei e o bom velhinho


Este texto do admirável Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, resume tudo o que me vem no coração quando medito nessa data! Em especial, o último parágrafo, me emociona: "Não havia lugar para eles". Que haja lugar em nosso coração para acolher este menino-Deus que nasce no Natal!


No Natal os cristãos comemoram o nascimento de Jesus Cristo. Aconteceu há cerca de 2 mil anos, quando ainda não se fazia registro do nascimento com lugar, dia e hora - isso é bastante recente. Mas quem duvidaria de que Jesus nasceu e existiu? Vinte séculos de testemunhos ininterruptos mantiveram viva sua memória, apesar das tentativas de apagar sua lembrança da História. Perseguições aos seus seguidores, regimes totalitários ou simplesmente movimentos culturais já se propuseram a eliminar, depurar ou passar para a posteridade de maneira distorcida o legado de Jesus Cristo para a humanidade. Não conseguiram.

Isso já começou logo que Jesus nasceu. Conta-nos o evangelista São Mateus que o rei Herodes, encarregado romano de governar a Judeia, ao saber que em Belém havia nascido um menino, procurado e admirado por gente de toda parte, ficou assustado e quis saber mais sobre o pequeno: era Jesus, filho de Maria, casada com José, o carpinteiro de Nazaré. Sábios e intérpretes das Escrituras Sagradas afirmavam ao rei que as profecias sobre o ressurgimento do reino de Davi apontavam para Belém e o futuro rei poderia ser esse mesmo, o pequeno que acabara de nascer. Herodes, enciumado e furioso, tentou eliminá-lo já no berço, mas não conseguiu: o bom José tomou o menino e sua mãe e fugiu com eles para o Egito. Enquanto isso, Herodes espalhava terror e luto em Belém e arredores, com a ordem para que todos os meninos abaixo de 2 anos de idade fossem mortos (cf. Mt 2).

Nos primeiros tempos do cristianismo, os cristãos comemoraram mais a Páscoa do que o Natal. O anúncio do Evangelho estava centrado, sobretudo, no significado dos padecimentos, da morte e ressurreição de Jesus, no início da pregação dos apóstolos e no surgimento prodigioso da Igreja. Aos poucos, porém, também foi incluída a reflexão sobre a origem de Jesus, seu nascimento e sua infância, que a Igreja comemora no Natal (cf. Mt 1-2 e Lc 1-2).

15 de dezembro de 2011

Ainda dá tempo de viver o Advento!

O YouCat, Catecismo Jovem da Igreja Católica, em seu número 185, explica o porquê da repetição anual da Liturgia:

"Tal como anualmente celebramos o dia do nosso nascimento, ou de casamento, também a Liturgia celebra, a um ritmo anual, os mais importantes acontecimentos salvíficos do Cristianismo. Todavia, com uma diferença decisiva: todo tempo é tempo de Deus. Memórias da mensagem e da vida de Jesus são simultaneamente encontros com o Deus vivo. O filósofo dinamarquês Sören Kierkgaard disse uma vez: << Ou somos contemporâneos de Jesus, ou é melhor deixar isso.>> Acompanhar fielmente o Ano Litúrgico faz-nos, efetivamente, contemporâneos de Jesus. Não porque entramos com o nosso pensamento ou até todo nosso ser no Seu tempo e na Sua vida, mas porque Ele, quando lhe dou espaço, entra no meu tempo e na minha vida com a sua presença que cura e perdoa, com a força explosiva da Sua ressurreição."

Estamos no Advento, um tempo que a Igreja nos ensina ser de espera e reflexão

Espera pois, como nos explica Santo Ambrósio (Abade, século XII), Deus vem a nós numa "tríplice vinda": a primeira se refere à Encarnação do Verbo no meio de nós (Jo 1, 14) que celebramos por ocasião do Natal; a última, à sua Vinda nos fim dos tempos, da qual podemos ver inúmeras metáforas nas parábolas evangélicas (cf. Mt 19 - 25) e a intermediária, que segundo o Santo, "é oculta e nela somente os eleitos o vêem em si mesmos e recebem a salvação." Nesta, o Senhor "vem espiritualmente, manifestando o poder de sua graça." E ainda completa: "Para que ninguém pense que é pura invenção o que dissemos sobre esta vinda intermediária, ouvi o próprio Senhor: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos a ele (cf. Jo 14,23). 

Penso que esta vinda intermediária é justamente estes encontros com o Deus vivo, que entra no meu tempo e na minha história de que fala o YouCat, é a contemporaneidade com Jesus que vem a nós todo santo dia, a cada oração, a cada abertura de coração.


Ele veio na plenitude dos tempos, enviado pelo Pai, nascido de uma mulher (cf. Gal 4,4), pisou nosso chão, veio na nossa carne, 100% Deus, 100% homem (exceto no pecado, cf. Fil 2, 6-7 e Heb 4, 15). Ele virá no fim dos tempos, junto aos louvores dos santos e coros dos anjos, sobre as nuvens, com poder e glória (Mt 24, 30). 


Entretanto, o que mais me encanta é que Ele vem todo santo dia ao nosso encontro, a cada abertura de coração, a cada oração, a cada missa que participamos, a cada passo, cada respiro, cada piscar... Ele não cessa de vir a nós por amor e, como analisou Santo Ambrósio, "esta vinda intermediária é, portanto, como um caminho que conduz da primeira à última; na primeira, Cristo foi nossa redenção; na última, aparecerá como nossa vida; na intermediária, é nosso repouso e consolação."


Vivamos esses dias que antecedem o Santo Natal esperando e refletindo sobre esse movimento eterno de Deus a nós: Ele veio ao encontro da humanidade no Natal, Ele vem a mim sempre, inclusive neste exato momento em que leio essas linhas. Seja Ele louvado pelos séculos dos séculos por tão grande amor por nós...

A porta aberta





Texto de D. Klaus Hemmerle sobre o Natal



 A porta aberta

«Hoje, Ele abre-nos de novo a porta para o esplendor do paraíso. 
O querubim já não está de guarda: 
ao Senhor seja dado o louvor, a glória e a honra!». 

Esta estrofe de um Lied do século XVI, num texto de Nikolaus Herman, é cantada, muitas vezes, na Missa da meia-noite, na noite de Natal. 

O versículo vem mesmo do coração do acontecimento do Natal. A porta estava fechada quando Ele bateu, incógnito e escondido no humilde ventre de sua Mãe. 

Agora é-nos proclamado: a entrada do paraíso já não é proibida; a porta foi aberta definitivamente.

Interroguei-me sobre qual seria o peso específico da nossa época,onde residiria a sua necessidade mais urgente, e lembrei-me desta antiga estrofe. 

Quantas vezes me foi dito: a porta está fechada; já não se pode entrar. Pensava nas preocuções de âmbito político, onde os poderosos ameaçam fechar-se no seu poder e os fracos na sua debilidade; na ânsia nos negócios; no receio de perder o emprego: está tudo fechado, não há nada a fazer; no receio pela Igreja; partidos e grupos preocupados pela ideia de que não se consegue modificar nada, que tudo esteja encalhado. 

E pensava nas pessoas que casualmente encontro, desesperadas por causa dos seus parentes mais próximos: pais que receiam não poder voltar a falar com os seus filhos; filhos que dizem que a porta já está trancada, o diálogo com os pais já está estragado. Pensava nos casais, nos amigos que dizem que a vida comum e a comunhão entre eles se bloquearam.

Nestas experiências todas percebe-se o eco de uma experiência ancestral da humanidade: a consciência de a porta do paraíso estar trancada; do facto de nos ter sido proibido o lugar que nos é mais propício, o habitat originário da nossa vida, que deixámos e do qual fomos expulsos. Assim, decidimos agarrar nós a nossa vida e fazer de Deus uma figura de segundo plano.

7 de dezembro de 2011

O amor deseja ardentemente ver a Deus



Vendo o mundo oprimido pelo temor, Deus procura continuamente chamá-lo com amor, convidá-lo com a sua graça, segurá-lo com a caridade, abraçá-lo com afeto.
Por isso, purifica com o castigo do dilúvio a terra que se tinha inveterado no mal; chama Noé para gerar um mundo novo; encoraja-o com palavras afetuosas, concede-lhe sua confiante amizade, o instrui com bondade acerca do presente e anima-o com sua graça a respeito do futuro. E já não se limita a dar-lhe ordens mas, tomando parte no seu trabalho, encerra na arca toda aquela descendência que havia de perdurar por todos os tempos, para que esta aliança de amor acabasse com o temor da servidão e se conservasse na comunhão de amor o que fora salvo com a comunhão de esforços.
Por esse motivo chama Abraão dentre os pagãos, engrandece seu nome, torna-o pai dos crentes, acompanha-o em sua viagem, protege-o entre os estrangeiros, cumula-o de bens, exalta-o com vitórias, dá-lhe a garantia de suas promessas, livra-o das injúrias, torna-se seu hóspede, maravilha-o com o nascimento de um filho que ele já não podia esperar. Tudo isso a fim de que, cumulado de tantos benefícios, atraído pela grande doçura da caridade divina, aprendesse a amar a Deus e não mais temê-lo, a honrá-lo com amor e não com medo.
Por isso também, consola em sonhos a Jacó quando fugia, desafia-o para um combate em seu regresso e na luta aperta-o nos braços, para que não temesse, porém, amasse o instigador do combate.
Por isso ainda, chama Moisés na própria língua e fala-lhe com afeto paterno, convidando-o a ser o libertador de seu povo.
Em todos esses fatos que relembramos, de tal modo a chama da caridade divina inflamou o coração dos homens e o inebriamento do amor de Deus penetrou os seus sentidos que, cheios de afeto, começaram a desejar ver a Deus com os olhos do corpo.
Deus, que o mundo não pode conter, como o olhar limitado do homem o abrangeria? Mas o que deve ser, o que é possível, não é a regra do amor. O amor ignora as leis, não tem regra, desconhece medida. O amor não desiste perante o impossível, não desanima diante das dificuldades.
O amor, se não alcança o que deseja, chega a matar o que ama; vai para onde é atraído, e não para onde deveria ir. O amor gera o desejo, cresce com ardor e pretende o impossível. E que mais?
O amor não pode deixar de ver o que ama. Por isso todos os santos consideravam pouca coisa toda recompensa, enquanto não vissem a Deus.
Por isso mesmo, o amor que deseja ver a Deus, vê-se impelido, para além de todo raciocínio, pelo fervor da piedade.
Por isso Moisés se atreve a dizer: Se encontrei graça na vossa presença, mostrai-me o vosso rosto (Ex 33,13.18). Por isso, diz também o salmista: Não me escondais a vossa face (Sl 26,9). Por isso, enfim, até os próprios pagãos, no meio de seus erros, modelaram ídolos, para poderem ver com seus próprios olhos o objeto de seu culto.
 (São Pedro Crisólogo, bispo, século V)

1 de novembro de 2011

Em meio ao redemoinho: o "porquê" e o "para quê"


Às vezes acontece de a gente se ver em meio a um redemoinho em nossas vidas. As coisas não acontecem do jeito que tínhamos planejado, tudo vira de pernas para o ar, as coisas fogem ao nosso controle.

Pode ser um relacionamento que acaba, o desemprego, uma doença inesperada, uma perda… Às vezes o mundo dá umas voltas que nos deixa perdidos, sem entender. Mudanças chegam num momento que não esperamos e nos pegam despreparados.

Sentimo-nos vulneráveis, desamparados, sem entender o que se passa. E o ser humano, um ser racional, não se conforma em não entender, quer saber o porquê de tudo isso, o porquê das mudanças. “Por que isso está acontecendo comigo?”, questionamos na ânsia de encontrar respostas.

Não é raro nos apegarmos a inúmeras explicações díspares na tentativa de compreender o que se passa conosco, com nossa vida. Os ateus procuram as respostas nas ciências e na razão. Os pagãos procuram nos videntes, no horóscopo, no esoterismo, nas seitas. O homem e a mulher de fé buscam na Bíblia, na Igreja, nos mais experientes de caminhada. Mas todos nós precisamos e buscamos entender as mudanças que ocorrem em nossas vidas, em especial as inesperadas. Esse processo pode ser doloroso, se for feito sem Deus.

Mensagem do Papa Bento XVI para o dia de todos os Santos (2010)

Bento XVI: Santidade é imprimir Cristo em si
Intervenção no Angelus


CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 1 de Novembro de 2010 (ZENIT.org)

Apresentamos a intervenção que Bento XVI dirigiu hoje, solenidade de Todos os Santos, ao rezar ao meio-dia o Angelus junto aos peregrinos na praça de São Pedro, em 1º de Novembro de 2010.
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Queridos irmãos e irmãs:
A solenidade de Todos os Santos, que hoje celebramos, convida -nos a elevar o olhar ao Céu e a meditar sobre a plenitude da vida divina que nos espera. “Somos filhos de Deus, e o que seremos ainda não se manifestou” (1 Jo 3, 2): com essas palavras, o Apóstolo João assegura-nos a realidade da nossa futura relação com Deus, assim como a certeza do nosso destino futuro. 

Como filhos amados, por esse motivo, recebemos também a graça para suportar as provas desta exigência terrena, a fome e a sede de justiça, as incompreensões, as perseguições (Cf. Mt 5, 3 -13), e ao mesmo tempo herdamos já desde agora o que se promete nas bem-aventuranças evangélicas, “nas quais resplandece a nova imagem do mundo e do homem que Jesus inaugura” (Bento XVI, Gesù di Nazaret, Milão 2007, 95). 

A santidade, imprimir Cristo em si mesmo, é o objetivo da vida do cristão. O beato Antonio Rosmini escreve: "O Verbo tinha-se impresso nas almas dos seus discípulos com o seu aspecto sensível... e com as suas palavras... tinha dado aos seus esta graça... com a qual a alma percebe imediatamente o Verbo” (Antropologia soprannaturale, Roma 1983, 265-266). E nós experimentamos com antecedência o dom da beleza da santidade cada vez que participamos da Liturgia eucarística, em comunhão com a “multidão imensa” dos bem-aventurados, que no Céu aclamam eternamente a salvação de Deus e do Cordeiro (Cf. Ap 7, 9-10). "À vida dos Santos, não pertence somente a sua biografia terrena, mas também o seu viver e agir em Deus depois da morte. Nos Santos, torna-se óbvio como quem caminha para Deus não se afasta dos homens, antes pelo contrário torna-se-lhes verdadeiramente vizinho (Deus caritas est, 42).

Consolados por esta comunhão da grande família dos santos, amanhã comemoraremos todos os fiéis defuntos. A liturgia de 2 de Novembro e o piedoso exercício de visitar os cemitérios recordam-nos que a morte cristã forma parte do caminho de assimilação a Deus e que desaparecerá quando Deus for tudo em todos. Se bem que a separação dos afetos terrenos é certamente dolorosa, não devemos ter medo dela, porque quando está acompanhada da oração de sufrágio da Igreja, não pode quebrar os profundos laços que nos unem em Cristo. Neste sentido, São Gregório de Nisa afirmava: “Quem criou tudo com sabedoria, deu esta disposição dolorosa como instrumento de libertação do mal e possibilidade para participar nos bens esperados (De mortuis oratio, IX , 1, Leiden 1967, 68).
Queridos amigos, a eternidade não é “uma sucessão contínua de dias do calendário, mas algo parecido com o instante repleto de satisfação, onde a totalidade nos abraça e nós abraçamos a totalidade” (Spe Salvi, 12) do ser, da verdade, do amor.

Encomendemos à Virgem Maria, guia segura para a santidade, a nossa peregrinação para a pátria celestial, enquanto invocamos a sua maternal intercessão pelo descanso eterno de todos os nossos irmãos e irmãs que adormeceram na esperança da ressurreição.
[Traduzido por ZENIT
©Libreria Editrice Vaticana]

30 de outubro de 2011

O poder a quem de direito



Por várias e várias vezes fui procurada por amados filhos do Pai com uma dúvida recorrente: é possível que algo que alguém tenha dito, ou melhor, "maldito" tenha alguma influência sobre minha vida? Em que medida alguma maldição lançada sobre mim tem efeito? Praga pega?
Sobre esse tema, compartilho primeiramente um vídeo com uma explicação excelente do Pe. Fábio de Melo que, em menos de 7 minutos esclarece tudo com a eloquência que lhe é peculiar. Vale a pena assistir:


Gostei muito também da resposta de Dom Estevão Bettercourt a uma moça que estava passando uma fase ruim e que não entendia tudo o que estava passando. Leia acessando o link abaixo:


Para completar a ideia, esse texto explica muito bem a dinâmica bênção/ maldição fundamentada na Bíblia:



Meu irmão, minha irmã, como de costume serei franca e direta. Faço isso apoiada na Palavra e crendo que a verdade tem o poder de libertar por que Cristo me atesta isso (Jo 8, 32) e Ele é digno de fé. 
Aquele que desconfia que alguma maldição está atuando em sua vida fechou o cadeado de suas próprias correntes. Quando se desconfia que uma praga foi lançada em sua vida e se considera que aquelas palavras tem poder sobre si, a necessidade de libertação é urgente!

26 de outubro de 2011

Manter o foco no Senhor através do Louvor



"Não deixe que a fase ruim que você está passando te mude para pior, te torne uma pessoa amarga e mal amada. Você não é desse jeito."

Recebi essa frase por email esses dias e ela me tocou profundamente. Quantas e quantas vezes no focamos no que acontece de negativo e permitimos que isso invada todas as áreas de nossa vida, influenciando nossos pensamentos e atitudes? Quantas e quantas vezes deixamos de somar as horas alegres e, no entanto, multiplicamos as tristezas vividas? Deus nos criou para a alegria (CIC 163) e o Espírito Santo quer frutificar este otimismo em nós (Gal 5, 22-23). 



O otimismo é fundamental para seguir a Deus. O Salmo 105, 3 canta: "Alegre-se o coração dos que buscam ao Senhor!" A pessoa de louvor é um otimista nato, pois quem louva sempre acha o lado positivo das situações, e SEMPRE há um lado positivo. O crente de louvor é bem-humorado pois louvar produz a alegria nos corações. O cristão que louva tem o seu foco no lugar certo, ou melhor, na pessoa certa: na pessoa de Jesus.

Santo Agostinho dizia que não há mal do qual Deus não possa tirar um bem muito maior. 

E São Paulo escreveu: "Observai tudo e ficai com o que é bom!' 1 Tes 5, 21 SEMPRE há um "bom" na história!

Por outro lado, Pe. Léo dizia quem quem murmura louva ao "encardido", se referindo a Satanás...

Quando louvamos, colocamos a Deus no lugar Dele e nos colocamos no nosso lugar. 
E você está justamente nessa luta, né? A luta de colocar a Deus no centro, se colocar no seu lugar, e desviar seu foco do resto. 

23 de outubro de 2011

Retiro da Crisma na Mãe Peregrina


27/03/2011 - Ontem pela manhã fui fazer uma palestra sobre Castidade num retiro de Crisma, nos Santuário da Mãe Peregrina em Sobradinho. O retiro estava muito bem organizado e fiquei impressionada com a quantidade de jovens que estavam participando: uma multidão! Eu já havia preparado um estudo sobre o tema durante a semana e, na noite anterior, quando todos estavam dormindo e a minha casa estava naquele clima de capela, eu me preparei para sentar e fazer um esquema do que considerava mais importante ser dito para àqueles jovens. Perguntava ao Senhor: "Sim, Deus, tenho aqui esse monte de informação sobre esse tema, mas o que aqueles jovens estão precisando ouvir de Ti?" E quando me encaminhava para o caderno, ia desligar a televisão (que estava ligada na TV Canção Nova) mas vi que ia começar uma palestra do Monsenhor Jonas Abib exatamente sobre sexualidade. Ouvindo a palestra e continuando em oração, ia bebendo da unção que saia da boca daquele bom velhinho que eu tanto amo e percebendo que o Senhor me encaminhava para ser tão sincera quanto ele com aqueles jovens. Ia me lembrando de que quando eu era jovem e estava no lugar deles, ou seja, estava sentadinha ouvindo e sendo instruida sobre castidade, as palestras do Monsenhor Jonas tinham mudado minha visão de mundo, tinham mudado minha vida, minha história. Aquela maneira dele de falar tão diretamente me chocava um pouco, mas tocava fundo na minha alma. Eu sentia que ele me tratava como adulta e não como criança. E assim eu me sentia respeitada enquanto jovem.  Não deu outra. Assumi a mesma postura do Monsenhor e fui franca, direta, super sincera na minha palestra. Expliquei àqueles jovens que eu ia tratá-los como adultos, e não como crianças ao sabor das ondas (Ef 4, 14) pois eles eram fortes, capacitados para vencer até o Maligno (1 Jo 2, 13b.14b). Me expus com meu testemunho de luta pela castidade na juventude, com todas os tropeços e quedas mas também com todo esforço nesse combate e implorei a Deus que essa obejtividade, essas palavras sem rodeios, possam ter tocado o coração daqueles jovens. E eu tenho confiança em Deus que sim, que Ele realizou uma obra maravilhosa naqueles corações assim como um dia realizou no meu. E ainda fiquei refletindo sobre como a obra de Deus na Igreja é maravilhosa: um dia estava eu ali, sentada, ouvindo, aprendendo sobre a vontade de Deus sobre minha santificação pessoal, e hoje em dia Deus me dá a graça de ser eu mesma essa canal para outros jovens. Eu amo a vida de Igreja! 

Bendito



Benditas sejam as dificuldades que nos agridem e fazem pensar.
Benditas sejam as horas que gastamos em função do bem eterno. 
Bendito seja quem nos maltrata à primeira vista e nos ajuda a melhorar. Bendito seja que não nos conhece e não acredita em nós.
Bendito seja quem nos compara com vagabundos e indolentes.Bendito seja quem nos expulsa, como párias ou fanáticos.
Bendito seja a mão que nos nega o cumprimento.
Bendito seja quem quer nos esquecer, impaciente.
Bendito seja quem nos nega o pão de cada dia.
Bendito seja quem nos ataca por ignorância e covardia.
Bendito seja quem nos exprimenta no correr do tempo.
Bendito seja quem nos faz chorar nos caminhos.
Bendito seja quem não agrada no momento.
Bendito seja quem exige de nós a perfeição.
Benditos sejam os que nos maltratam o coração porque, verdadeiramente, são estes, meus filhos, os nosso vigilantes e os que nos ajudam a seguir o Cristo com maior segurança, pois Deus, através deles, nos ajuda na auto educação, de maneira que fiquem abertas todas as portas para o Amor Universal.

Esta oração foi ditada por Francisco à Frei Leão, após a negativa do Papa Inocencio III de recebê-lo.
 "Se for realmente importante para a Igreja como ele diz, ele voltará" –
foram as palavras do Papa ao Bispo que recebeu Francisco.

De onde vem nossa capacidade de amar?


A Palavra de Deus traz uma ordem , eu diria "A" ordem que resume toda a adesão a Deus e ao Seu projeto:

"'Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento!’ 38Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo'." Mt 22, 37-39

João afirma em sua carta:  

"Não amemos com palavras nem com a língua, mas por atos e em verdade. Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê."1 Jo 3, 18 - 4, 20

Entretanto, deparamo-nos com nossa incapacidade de amar a Deus, ao Outro e até a nós mesmos. "Não consigo amar como Jesus me pede! Não consigo perdoar! Isso é amor? Se digo que amo, por que trato assim as pessoas? Porque faço isso comigo mesma?"

Parece-nos tão difícil amar! 

É fácil amar a Deus pelo que Ele é e faz, mas dificílimo amá-lo em atos e em verdade, cumprindo sua Palavra, buscando a santidade, vivendo em oração... 

É fácil amar a mim mesma quando aprecio minha opinião mais que a dos outros, quando justifico todas as minhas atitudes, mas é dificílimo amar a mim mesma a ponto de deixar velhos hábitos que me fazem mal e até me levam a pecar, maculando minha dignidade de filha de Deus. 

É fácil amar o Outro quando este Outro retribui o meu amor, é uma pessoa boa, agradável e honesta, mas é dificílimo amar o Próximo que não tem consideração por nós, que nos magoa, que é antipático e 'pecador' aos nossos olhos.

Sendo o amor tão difícil de empreender, muitas vezes me perguntei em minhas orações: "Porque Jesus exige que amemos quem erra conosco? Oh, Senhor Jesus, como é que eu vou amar aquele que é meu inimigo, que me persegue, que me prejudica? Porque eu sou "obrigada a amar", por força de mandamento, se o Senhor sabe que por mais que eu tente, eu não consigo perdoar?"... Muitas perguntas...

20 de outubro de 2011

Querido jovem, Deus não te criou para ser descartável!

Bom, querido Jovem, vamos ver...
O que eu poderia te falar nessa partilha?
Acho que em primeiríssimo lugar, a verdade, né?
A primeira e irrefutável verdade é uma só: Deus te ama e tem cuidado de você, mesmo que você não veja, não perceba, não sinta, não entenda e até mesmo não aceite, não receba esse amor. Ele ama! Agora vemos em parte, como num espelho, confusamente, mas chegará o dia em que veremos face a face (1 Cor 13, 12). 

Tenho certeza plena, 100% de certeza que Ele sofre com seu sofrimento, pois não é essa vida que Ele quer te dá, não é uma vida de dores que Ele sonhou pra você.  Não tenho a menor dúvida que Deus conhece suas lutas, seus passos! 
O Catecismo diz que Deus, ao criar o homem, colocou em seu coração o desejo de ter Deus, de ser de Deus, e o homem só será feliz quando viver isso: 
"O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar." (CIC pár. 27)


O Beato João Paulo II afirma no parágrafo 9 da Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte (2000, Ano do Jubilieu) que a "Juventude, não obstante possíveis ambiguidades, sente um anseio profundo daqueles valores autênticos que têm em Cristo a sua plenitude" e que "se Cristo lhes for apresentado com o seu verdadeiro rosto, os Jovens reconhecem-No como resposta convincente e conseguem acolher a sua mensagem, mesmo se exigente e marcada pela Cruz." 

Ora, o verdadeiro rosto de Cristo, meu caro Jovem, é simplesmente Verdade! E já que 1 Jo 2, 13.14 afirma que você é forte, e que é capacitado para vencer o Maligno, acho que você pode aguentar uma boa dose de Verdade!
Assim sendo, eu preciso ser sincera com você.

7 de outubro de 2011

Rosário Eucarístico

Este livrinho traz uma proposta de meditação do Santo Terço contemplando, no lugar dos mistérios tradicionais, o que nos traz o Magistério (Encíclica Ecclesiade Eucharistia, do Beato João Paulo II) a respeito da relação entre Maria Santíssima e Seu Filho Jesus Eucarístico, fundamentado também nas Sagradas Escrituras.
Elaborado por Viera Esse por ocasião do XVI Congresso Eucarístico Nacional (Brasília, 2010), possibilita-nos a oração do Terço de acordo com a orientação de João Paulo II, e está dividido de maneira a melhor podermos meditar os mistérios de Cristo: 

1. Enunciação do mistério; 
2. Proclamação da Palavra de Deus; 
3. Breve pausa de meditação; 
4. Oração do Pai-Nosso, 10 Ave-Marias e Glória; 
5. Breve oração conclusiva. 

No final, tem uma linda Ladainha à Jesus Eucarístico e a belíssima "Mane Nobiscum, Domine!", do querido Beato João Paulo II. E se já não bastasse o conteúdo excelente, o design gráfico ainda expõe a riqueza artística da fé católica em lindas imagens de obras de artistas sacros famosos a cada mistério. Vale a pena adquirir! http://www.paulinas.org.br/loja/DetalheProduto.aspx?idProduto=9090