6 de maio de 2016

No mês de Maria, um testemunho por dia: nº 06


Minha relação com Nossa Senhora, assim como uma boa relação mãe e filha, é de intimidade, familiaridade, cumplicidade, confiança e muita simplicidade. Já viajamos só nós duas, temos nossas "coisinhas", nossos segredinhos, nossos costumes, nossas "piadas internas", nossas tradições particulares... coisas que só quem tem a graça de poder experimentar uma relação mãe e filha equilibrada e amorosa vai entender!  
Uma das particularidades dessa nossa convivência é a oração nos dedos. Já postei aqui nesse Blog a oração dos 5 dedos, muito ensinada pelo Papa Francisco (clique na imagem deste post: http://eutenhodeusedeusmetem.blogspot.com.br/2013/03/oito-dicas-para-ensinar-seus-filhos-ter.html) e nos meus momentos de oração, sozinha ou em família, numerosas vezes me utilizo dessa modalidade. Em várias circunstâncias é bom orar com o corpo, inclusive nos momentos de privacidade com Nossa Senhora! 
Desde pequenininha, como já testemunhei em outras postagens dessa empreitada de testemunhos nesse Mês Mariano, por influência de minha mãe Maria do Socorro, sempre estava muito em contato com Nossa Senhora. Lembro-me de que fazia muitas coisas na rua na companhia de minha mãe, resolvíamos coisas, pagamentos, compras, caminhávamos pra lá e pra cá nesta cidade de Sobradinho! E muitas vezes, ao final de tudo, voltávamos cansadas para casa, de mãos dadas, e minha mãe ia rezando o terço nos meus dedos. Eu amava aquilo! Achava carinhoso e fofo. E crescia a ternura por minha mãe Socorro e também pela minha Mãe do Céu, Maria!... 
Na juventude, conheci meu marido Juliano e a priori ficamos muito amigos. Uma das coisas que amava em nossa amizade era a religiosidade que estávamos descobrindo e construindo juntos! Frequentemente estávamos rezando o terço com os irmãos de caminhada e percebia que Juliano sempre rezava nos dedos. Eu disse para ele que tinha dificuldade de fazer aquilo, que sempre me perdia nas contas pequenas, que correspondem às Ave-Marias. Ele então me contou que tinha desenvolvido uma "técnica" especial para não se confundir: usava as falanges. Começava sempre pela ponta do dedo mindinho, até chegar na base: três Ave-Marias. Em seguida a ponta do anelar, até chegar na base: mais três Ave-Marias. E assim por diante, até chegar na ponta do indicador. Segundo ele, quando a gente formava o sinal de "OK", estava completa a nossa dezena: terceira dezena, "OK"! kkkkkk 
Achei muito engraçado, mas não é que a técnica é boa? Comecei a utilizar já naquela época e até hoje a utilizo, especialmente quando faço minhas caminhadas ou momentos em que não estou com o meu terço. Com ela nunca mais me perdi nas contas pequenas! Acabou se tornando como aqueles momentos da minha infância quando minha mãe Socorro usava meus dedos para rezar, mesmo sendo uma oração individual: estamos ali, eu e Maria, segurando minha mão! E quando eu e Juliano começamos a namorar, qual não foi minha surpresa quando em muitas vezes ele gostava de fazer como minha mãe fazia e também rezar o terço carinhosamente nos meus dedos! Ficou difícil não me apaixonar! 
O tempo foi passando e esse costume "familiar" se ampliou e passou a incluir os dedinhos dos nossos filhos também! Acabou sendo um hábito afetuoso da nossa privacidade com a Virgem Santíssima. É claro que inúmeras vezes nos utilizamos do Terço, cada um tem seu tercinho! Mas também em outras muitas vezes, quando nos unimos em volta de Nossa Senhora para rezar nossos terços, nos damos as mãos, e no aconchego da intimidade, passamos de Ave-Maria por Ave-Maria orando nos dedos uns dos outros. 
A devoção a Maria deve ser uma comunhão fraterna e afetiva. Não é tanto as exterioridades que contam mais, mas a vida escondida, as histórias de amor que vivemos com ela, individualmente ou em família, ou até mesmo em comunidade quando vivenciada com amor! Uma trajetória de devoção junto da Mãe Santíssima não se faz só de grandes milagres, mirabolantes livramentos, excepcionais experiências místicas, mas principalmente de cotidiano e de memórias, de uma verdadeira aproximação de Jesus por meio dela e na convivência com ela, de santificação real e conversão concreta. 
Não é assim que acontece com aqueles com quem vivemos bem de pertinho e que amamos mais?! Talvez 10% da coexistência são ocasiões extraordinárias. Os outros 90%, o que são? A vida, o dia a dia, as experiências ordinárias. Assim deve ser também nossa devoção mariana: talvez mais interior e menos exterior; talvez mais privacidade e menos "ostentação espiritual"; talvez mais profundidade e menos superficialidade; talvez mais orações nos dedos e menos blá blá blá...
Dá-nos a graça da desafetação em nosso relacionamento, Mãezinha do Céu! Dá-nos a bênção da descomplicação! Dá-nos a simplicidade em te amar, em conviver com a Senhora e com seu Santo Filho! Dá-nos uma autêntica relação filial, próxima, íntima, leve, de fato espiritual e familiar! Sejamos diante da Senhora e de Nosso Senhor Jesus como crianças, como filhinhos, pois assim Ele ensinou que deve ser no Reino Dele! Amém! 

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